segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Gratidão


Fazer viagens de trem por alguns países da Europa, contemplar as paisagens, comparar as culturas entre eles seria o máximo! Tudo isso ao lado da pessoa que amo seria perfeito. Mas os planos mudaram um pouco.

Sempre me considerei uma pessoa muito grata. E sempre demonstrei minha gratidão através de uma amizade devotada, sendo bem presente em todas as horas, para o que desse e viesse. Sou do tipo que nunca esquece o bem que me é feito. Uma vez estabelecida e consolidada uma relação de amizade ou amorosa, torno-me um cão leal, sempre ali, pronto para ser companheiro ou defender com a vida a quem amo. Talvez eu não tenha sabido demonstrar gratidão ou expressado o quanto estava agradecida suficientemente, mas com todo o meu coração, é assim que sou: uma pessoa grata.

Grata por todos os seus sábios conselhos que fizeram-me caminhar e enxergar-me a mim mesma. Consigo ver-me do meu pior ao meu melhor, do meu orgulho ao meu esforço, muito disso graças a você.

Grata pelas alegrias que você me proporciona ao me inserir em seu mundo jovem e alegre, de noites divertidas regadas à breja.

Grata pelas vezes que me fez sentir cuidada, desejada e amada.

Grata pelos presentes que me dá e me fazem sentir importante e especial. Presentes como:
  • O tubinho de M&M´s, o primeiro presente que você me deu, em nosso primeiro encontro, guardo-o comigo até hoje.
  • Os brincos que me deu no Natal são para mim tão preciosos que mal consigo usá-los, não quero perdê-los ou estragá-los.
  • Aquele kit com sabonetes perfumados, artesanalmente confeccionados. Não sei se terei coragem de colocá-los para serem usados e gastar um presente tão lindo e cheiroso. Nos conhecíamos fazia tão pouco tempo, mas os seus olhos brilhavam ao descrever como você tinha resolvido presenteá-los por serem exclusivos, únicos na face da Terra. Estávamos no Shopping Eldorado, eu me apaixonei um pouco mais naquele dia.
  • O livro que me deu está sempre ao meu alcance para consultar. Eu adoro aquele tema e não o empresto a ninguém.
  • O casaco italiano aguarda a viagem tão esperada. Sinto orgulho, pois além de chic eu o ganhei de minha namorada.
  • O DVD está bem guardado e protegido para que nada lhe aconteça com essas mudanças de quartos e casas.
  • O celular que me deu, uso todos os dias, e penso em você quase todas as vezes que o vejo.
  • O micro computador é o presente que me dá mais orgulho. Nunca havia sido presenteada com algo tão valioso. E não é o valor material que me emociona, mas o desprendimento que você teve em abrir mão de algo de valor sentimental. Na verdade, eu nem sabia de todo esse valor afetivo que você nutria por esse micro e, no princípio, eu achei que estava apenas tomando conta dele, para que você tivesse a certeza que, ao retornar, o teria de volta. Eu não tinha nenhuma pretensão de que ele fosse meu. Usá-lo todos os dias tornou-se para mim quase como reafirmar minha gratidão, não usá-lo soava como desfeita. Sem falar que ele todo bonito ali no meu quarto me lembra você. Recordo-me que nos primeiros dias, logo quando ele chegou, tinha nele o seu cheiro, cheiro de cigarro que eu não gostava, mesmo assim já me peguei cheirando o mouse com saudade de você. É meio insano, eu sei.
  • A viagem, dos presentes é o maior, sem falar que é a maior oportunidade de crescimento, experiência pessoal e cultural que alguém me deu em toda a minha vida. Nunca poderia realizá-la se não fosse você, pelo menos não nos próximos dez anos! Foi algo inesperado! Eu nem cogitava em algo tão grandioso e contentava-me com muito menos. Esse é um dos sonhos que você me fez desenterrar.

Seja lá o que você decidir em relação ao roteiro dessa viagem, certamente já será muito mais do que eu mereça de fato. Contudo, essas palavras não são para tentar me justificar de nada, eu mereço tudo isso que está acontecendo já que eu não soube me expressar, eu não soube me mostrar com mais verdade e me portar com mais humildade, deixei que prevalecessem meu orgulho, meu temperamento fechado e reservado. Não mostrei o que realmente sentia. Essas palavras são para reafirmar a você, princesa que amo, o quanto sou grata por tudo o que você fez, faz e vem fazendo de boa vontade e com muita paciência. Por todas as atitudes que teve para comigo que me encheram de alegria, auto-estima e amor.

As lágrimas de ontem não foram de auto-piedade, ou por causa de qualquer palavra mais dura que você tenha dito, brotaram porque posso sentir o quanto você está decepcionada e isso me parte o coração, pois tudo o que eu queria era te dar somente alegrias e jamais perder você.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

The good in people...

I need to start seeing the good in people. Otherwise, I’m going to die alone or turn to bestialism soon. So, I spent the last hour doing a list of good things people around me have. Without making one single bad observation – because, you know, when I say something good about someone, I always remember to say something bad too, even if it’s a tiny little bearable seen criticism.

Here it goes:

. dear mommy:

Well, I always thought that what I liked about her the most was her professional success. That’s a lie, because I always thought that she would exaggerate on most of her professional tales. What I really, really like about her the most is that she has this amazing capacity of solving a huge problem of mine in a blink of an eye. That’s pretty amazing of her.

. dear daddy:

Oh, daddy was always low on my list of good, admirable people. What I really like about him is that he spoils me to death, and has no qualms on spending tons of money on me. The amount of money he spends on me makes me feel like a princess, worthy of everything, and I think nobody will ever be able to gift me like him. Of course, nobody has the amount of money he has!

. dear brother:

Hum, that’s a hard one. Really hard one. I like it that I’m his role model. He makes me feel like a leader. I like it that even though we don’t get along, what I think and say still matters to him. My brother cares. And he’s pretty amazing when he feels like doing favors and helping people.

. my sexy girlfriend:

That’s easy, I like a lot things about her. What I like the most is that she thinks I’m the best. She’s the most supporting fan I have.

. my lovely friends:

C, she’s good company when she wants to be. R, she’s funny, and very good company when we go out. F,… oh god… she’s smart? Or seems to, at least…

Okay, that wasn’t so hard. Let’s try pointing out good characteristics of people I despise, or that have let me down recently. Let’s see how it goes.

. work snake number 1: she has pretty hair… and I guess she works well enough; she’s competent... well, enough competent, anyway.

. work snake number 2: she also has pretty hair… and she helps people, she does voluntary work, and she really is an asset to the society.

. italian mother snake of all: she has a pretty smile… and that’s pretty much it…

. portuguese little pig: she was cute… and pretty…

. icelandic little pig: she… makes an effort?

Oh god, that was hard. I could have written tons and tons of things I don’t like about them all. I think I’ll just start fucking animals now, and prepare to die alone, surrounded by them, in like… 10 years or so.

domingo, 17 de outubro de 2010

Bambuzal



Era minha casa conhecida pelo bambuzal, pés de bambu-taquara tão altos e verdes que se podia ver ao longe.

Meninos eram atraídos por eles e vira e mexe escutávamos o “clic” de um que era arrancado na surdina afim de ser transformado na armação de lindos pipas que cruzariam o céu azul em verdadeiros duelos em dias ensolarados, guerra de meninos dos anos 70 e 80.

A casa pequenina de cor azul era atração da garotada, artesanalmente protegida por uma cerca de bambus. Cerca que ficava aos poucos desfalcada, transformando-se também em quadrados, raias e papagaios, hoje tão somente chamados de pipas. Meninos faziam verdadeiras disputas, suas pipas eram levadas pelo vento, voavam tão alto que mal se podia ver.

Era um tempo de simplicidade. Sem brinquedos caros, video games e computadores. Telefones quase não existiam pela vizinhança e o telefone público mais próximo, também chamado “orelhão”, ficava a meio quilômetro de nossa casa.

As brincadeiras se passavam no bambuzal, subíamos em seus ramos e galhos até envergá-lo, o bambu ia descendo devagar com meus poucos quilos, até chegar ao solo, quando pulava e estava a salvo .Quantas vezes fiz isso! Era o lugar onde me escondia também. Entre os pés de bambu sonhei e chorei minhas mágoas de criança Todos, irmãos, primos e amigos nos reuníamos, brincávamos dias, tardes, noites e ficávamos protegidos pelas sombras dos muios bambus-taquara. Brincávamos de amarelinha, cabra-cega, duro-mole, esconde-esconde, de cantigas de roda, de casinha, de cabaninha, de bola, bicicleta... E fugíamos, desesperados, de uns besouros pretos, os “mangangás” os quais se escondiam no oco dos bambus. Muitas vezes, arrancávamos o “olho” do bambu, que era o broto que nascia, só para fazer dele um canetão e escrever pelas paredes. Quando a gosma que saía do “canetão” secava as paredes ficavam marcadas pelos rabiscos e desenhos rupestres que fazíamos. Estragava a pintura das paredes e meu pai ficava louco!

Meu pai fez uma balança grande que ficava no meio do bambuzal. A balança se tornou nossa principal diversão, mas não seria tão mágica se não fosse o verde, as alturas, as folhas secas que se espalhavam pelo quintal. Um dia meu pai cortou um pedaço de bambu e fez uma flauta. Uma flauta perfeita! Com um som perfeito! Eu que já era apaixonada por música e por instrumentos musicais percebi naquele dia que meu pai também era um artista.

Foram tempos lindos aqueles onde deixei a minha infância e os visito toda vez que tenho saudades, como agora.....

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

English

I was four when my father put me in an english school. I learned the language slowly, and I was fourteen when I finished the conversation course, after the basic, intermediate, advanced and post-advanced levels. When I was sixteen, the house cleaner my family had at the time said she needed my help opening a “file” in the computer. She pronounced it as *fi-lé*. That was when my mother decided I should teach the house cleaner english, and that was when I started teaching the language.

When I was eighteen, I came home to live with my parents after a year on the streets, and since my father was very much disappointed on me, I wasn’t getting any money out of him. I started giving cheap english lessons to my friends at college in order to get some bucks. But it was nothing – most of the lessons were about the verbs “to be” and “to have”, since everyone’s english in Brazil is mostly awful.

When I was twenty-two, I was the best replacement teacher at my college, and I finally started charging good money for my english classes, even though my biochemical and chemical classes were more popular. When I was twenty-four, it happened: a german girl at my german classes heard me talking in english and told me that it was simply perfect. I, of course, doubted her, but she then suggested that I took the TOEFL and saw it for myself. I never did, but I was confident then about my english.

When I was twenty-five, I got into university, and being surrounded by undereducated students helped me get an endless list of potential english students. And then it started: I began with few students, of a lower level, and in one year I had a waiting list for classes and was teaching high-advanced classes. When I was twenty-six, a friend of my mother – a native-speaker of english, told me again that my english was perfect, and that I had the accent of a New-Yorker. This time, I took the TOEFL. And I aced it.

Now, I am twenty-eight and I am travelling around the world. I have finally believed that my english is good. I make many mistakes, regarding spelling and prepositions, but nothing that a native-speaker wouldn’t mistake either. I talk to people from everywhere, and I just know my english is awesome. Native-speakers usually stick to talking to me, since I’m the only one that gets the jokes that involve a great understanding of the language in order to be understood. If I talk to someone that really talks english, I have no problems getting what I need. A german guy actually turned me down because he couldn’t believe I was brazilian – my english was just too good. Five minutes ago, an american from California just told me: “I can’t believe you’re not noth-american! I could swear you were from New York or something!”.

I feel cool. Proud of myself. I can talk anywhere, with anyone I want. They won’t always understand me, but rules dictate they should, for english is the universal language.

***

What bad english could do to you...

... no internet access...

I asked for the password to the WI-FI connection in a hostel in Czech Republic. The lady told me, “It’s em-ow-a-one, all written down”. Ok. So I thought, the password was “MOAONE”, since I supposed “written down” meant that the number one should be written in letters. Got no response from the server. I tried “MOA1” and many variations of that, including “M0AONE” thinking that maybe – as though it seemed like a long shot – the lady knew that the number zero could be pronounced as *ow* in english. Nothing. Three days of frustrating attempts to get on, I finally begged the receptionist to write it down. It was “EMMA1”.

... no getting out of your own room...

I had a japanese roomy in Austria. One day, I asked her, when she was leaving, to leave the door open because I’d be out in a minute, and I had given my keys to another roomy. I said: “Would you mind leaving the door open? I’ll be out in a minute!”. She said “okay”, in that heavy japanese accent. She smiled, said goodbye and left. And closed the door. I had to call the reception, because the door would only open with a key, and I had none. I was stuck in the room for almost one hour.

... no contact lenses...

I was trying to buy contact lenses in Zurich. I was talking to the lady in charge of contact lenses, inside the shop. “Do you have lenses exactly like these?”. She looked at the box I had in my hands and said that yes, she did have them. “Can you sell them for me?”. The answer was no. Why? She told me they weren’t the same. And then I told her, “But you just told me they were the same, right?”. The answer was yes. “So, can you sell them?”. And she said, “No. Because they are different.” Okay then. No contact lenses for me today. Yuppie.

... no getting where you want to...

I had to ask for directions in France. I hadn’t a map, but if I had, I would have seen that the market I wanted to visit was five blocks straight ahead. I asked three different people for directions: an old lady in a shop told me to turn right and take the train; the young boy in MacDonald’s told me to turn right, walk two blocks, then turn left and walk three more blocks; the police officer said I should go back around two blocks. I didn’t believe any of them, and I tried all of the suggestions. Two hours later, when I finally gave up on finding the market, I actually found it. By myself.

... not entirely sure birthday parties...

I got to know a spanish girl in Italy. Her birthday was coming, the next week, and she wanted to tell me which day it was. Her pronunciation indicated to something between Tuesday and Thursday. When I asked her if it was the day before or after Wednesday, she answered: “No, it’s next week!”. We threw her a party on Tuesday. But we were never sure of the actual day of her birthday. We didn’t try asking her for numbers. She could only count to ten.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

O Poder da Palavra

As palavras podem suscitar todas as emoções; pasmo, terror, nostalgia, pesar... As palavras podem desmoralizar uma pessoa, podem exaltá-la a extremos, podem trazer sentimento de afeto e acolhimento, desprezo e rejeição. As palavras tem uma força, uma resistência, um poder que suplantam quase tudo que existe no mundo. Passam exércitos, passam impérios, passam repúblicas, mas as palavras não passam. Elas são permanentes, mais firmes do que os granitos dos palácios e dos monumentos. As palavras de Sócrates, escritas por intermédio de Platão, suplantaram todos os governos gregos e suas obras militares ou civis, influenciaram toda uma cultura e são os fundamentos de nossa civilização.

Quando você, amor, escreveu palavras tão inteligentemente colocadas, foi de uma sensibilidade extrema ao analisar as transformações ocorridas em minha vida. Talvez não imagine a dimensão do bem que me fez. Você me ajuda ao clarear os cenários de minhas experiências vividas de maneira que eu possa ver sem a névoa exagerada de meu sentimentalismo, o qual, às vezes, me faz entrar numa viagem de autopiedade. Você tem se tornado especialista em ajudar-me na passagem do casulo à fase de borboleta de asas coloridas e lindas, pronta para dar os primeiros voos de liberdade.

Ainda falando sobre o poder das palavras, estava pensando sobre a palavra saudade. Eu não escondo de ninguém o quanto tenho saudade de estar contigo, o quanto é difícil toda essa distância física, pois, de uma maneira só nossa, temos estado sempre juntas numa gostosa sintonia. Diz o poeta que saudade é dor que sufoca o coração e alegra a alma, que saudade é presença do ausente, é lembrança do bem-querer, um doce convívio com a distância, uma alegre e agradável tristeza do ver-não-vendo, do amar sem o objeto do amor... Eu digo que saudade é um sentimento que quero disciplinar, domar e transformar seu significado para algo estritamente positivo, sem sentimentos de melancolia ou sofrimento. Você me fez perceber, e preciso acreditar, que quando quero algo posso me esforçar a ponto de tornar possível qualquer coisa.

Como já disse em outra ocasião, pensar em você faz do meu dia mais leve, faz-me sentir sua presença constante. Por isso eu adoro pensar em você, mas, no entanto, estava tentando não sentir saudade, não pensar em você tantas vezes ao dia, o que é impossível, pois quando menos espero, nessa cidade barulhenta onde vivo, passa um carro com a nossa música tocando em alto volume: “When you're gonna stop breaking my heart... Cuz' you can't deny you've blown my mind...”. Ou então outro motorista barulhento, ou a rádio que sintonizo começa a tocar a música “Tu vuò fa l' americano!". Ao consultar um calendário, passo os olhos sobre o mês de maio em inglês, em minhas leituras lá está você de novo, em uma simples frase como: I may be wrong but it seems to me that... E assim, tudo me faz lembrar você...

Tenho muito mais motivos para querer pensar em você do que tentar evitar fazê-lo. Decidi que vou transformar o significado da palavra saudade em alegria e desfrutar do amor que sinto, mesmo na sua ausência. Desejando, do fundo do coração, que quando estivermos finalmente juntas possamos continuar sempre nessa prazerosa sintonia de maneira crescente, que se multipliquem nossos momentos de amor, companheirismo, cumplicidade. Mesmo na monotonia do di-a-dia, quero saber valorizar cada minuto da sua companhia. E é assim que vai ser, porque eu quero você quer, e vamos fazer acontecer!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Butterfly

You cannot lose time. One might say you can misuse the time you have, but you cannot actually lose it. To lose something is to have it and then misplace it, or let it go, and then, in a next moment, not to have it anymore. You cannot do this with time, you cannot misplace it or let it go.

I would say then that you have, perhaps, misused the time you had. But you only misused it because now you think differently than before. If your mind and your thoughts were the same as they were years ago, you wouldn’t think you have wasted all your life, you would think that, no, everything is alright, everything is as it was supposed to be.

So, you did not lose time. You just changed. You changed your mind and your ways and your goals, and now you think that everything you have done up until this moment wasn’t right or accurate anymore. But that is part of life. It just means you’re growing up and evolving.

Do not think back with regret. Do not look back in your life and be bitter about it. Everything you’ve lived, experienced, makes you who you are right now. And even though you’re not proud of yourself today, I am absolutely sure that you have all the tools to change, to do anything you want. And if you are now a person with this potential, with this capacity, then something in your past, in your upbringing, must have been done right.

If you think you failed, you now have the opportunity to be successful. Because, you see, you did wrong, realized it, and now you can do right. It is so difficult to have been wrong and then to make things right. Some people just do things well, accordingly, and it’s actually pretty easy to be right when all you have been, in your life, is right. But you, no, you did it wrong. If you make it right now, sweetie, you’ll be the most successful of all.

You’ll also be the wisest. One can only truly understand life when they’ve failed at it, and had the opportunity to correct their mistakes. You can only be a worthy winner when you had already been a loser. You can only truly give something when you had it taken away from you.

You tell me now that you are so wrong in many ways, that you feel you have failed and that you don’t even know what to do, sometimes. All because of all this time you think you’ve lost. I would tell you then that I think you’re just like a butterfly. You spent a lot of time in a shell, forming yourself, and now you are free. Free to fly, to grace the world, and specially me, with your colors and your beauty. They say butterflies only live 24 hours, and I’ve never seen a butterfly flying desperately just because of that. No, they rise from their long hours forming themselves and enjoy their 24 hours, calmly and beautifully.

I am honored to have been able to watch this transformation of yours, to be somewhat part of it. It is like a snowstorm, or the constant movement of the sand in the desert – an actual “miracle” it is, to see a human being evolving, transforming, learning and changing.

I fell in love with two “Vanessa”s, and even though their names were supposed to portray them as butterflies, I don’t think they were one. At all. You, instead, are the most beautiful, most colorful, most graceful butterfly I have ever seen.

And don’t let life say “no” to you, honey. If you have only 24 hours to live, don’t take “no” as an answer.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Quem vai me devolver o tempo perdido?





Como saber o amanhã e o que virá? Não, nós não podemos saber. No entanto, vivemos a sonhar e a fazer planos e isso faz parte de uma vida saudável e produtiva. O ser humano necessita almejar coisas, mirar alvos, estabelecer metas e objetivos. Assim como os demais, eu também sou assim.


É extremamente frustrante quando faço tudo o que está ao meu alcance, fazendo até além do necessário, e, mesmo assim, me vejo impedida a prosseguir no meu intento por algo que a vida me apresenta.


Esses empecilhos, às vezes, são provocados por mim mesma: falta de preparo, acomodação, medo, conformismo. Sendo assim, cada “não” que a vida dá é fruto do que foi plantado de maneira consciente ou inconsciente, é mérito meu e não posso reclamar.



E quando a vida me diz um sonoro “NÃO” mesmo quando me portei com a dedicação da mais disciplinada das atletas?


Nestes momentos, sou abatida por um desânimo, uma vontade de desistir e voltar ao útero materno, lugar onde estava protegida, confortável e não precisava ter, nem ser e muito menos provar nada a ninguém ou a mim mesma.


Às vezes, me sinto ressentida com a vida. Tenho a impressão que ela não tem sido muito justa e generosa para comigo. Mas logo reflito melhor e vejo que estou sendo melodramática. Já desisti de buscar sonhos por causa desse sentimento de que as coisas não dão certo para mim, de que sou “azarada”. Meu histórico explica o surgimento dessa cisma minha, mas não justifica o fato de ter esmorecido, desistido e me feito fraca diante de muitas adversidades. Perdi tempo, deixei de cavar oportunidades e achar o sucesso. Sinto-me defasada, atrasada. Logo eu que era a garota mais aplicada, esperta e inteligente de todas as turmas por onde estudei. Eu que era promessa de ser alguém muito bem sucedida e, por causa disso, vivia rodeada de colegas parasitas tentando tirar proveito e melhorar as notas. Eu mesma orgulhava-me de mim! Hoje, não mais. Acho que falhei em muitos aspectos. Cheguei a culpar muito meus pais pelos meus insucessos, pois eles deixaram de me dar assistência e suporte financeiro, moral e psicológico desde muito cedo. Ao contrário, recebi deles lições aos montes e em doses diárias de insegurança, conformismo e resignação para os fatos da vida, o que me fez curvar-me à “vontade” de Deus, quando, com certeza, Deus nem tinha nada a ver com as péssimas escolhas que eu fazia.


Hoje, continuo me deparando com “não”s da vida e com situações onde tenho que, constantemente, escolher entre dois caminhos. As escolhas tem que ser feitas e não posso me eximir ou me esconder. O tempo, que é implacável, escorre por meus dedos e já não posso mais errar, pois o tempo que é perdido ninguém poderá devolver.