sábado, 17 de julho de 2010

Reflexões




Sem dúvida, este foi um ano atípico. Nunca havia refletido tanto sobre tantas questões comportamentais, de hábitos e costumes, conceitos e pré-conceitos. As reflexões foram profundas o bastante para virar e revirar minhas estruturas, até ao ponto de quase me deixar em crise existencial.

De uma hora para outra me vi frente a frente com minhas opiniões e verdades absolutas que já não cabiam mais na nova vida que estava abraçando. Era como se estivesse renascendo em uma nova mulher, mas a velha, a mulher que aprendi a ser desde a infância ainda estava ali, me atormentando, me lembrando a todo tempo o fracasso de uma vida e o medo de me arriscar na busca da felicidade.

As lentes, pelas quais eu via o mundo, me foram ajustadas e de repente eu passei a enxergar com muito mais nitidez. Foi e ainda é difícil para mim, pois passei a ver minhas imperfeições, falhas de caráter que antes eu não me dava conta. Confesso que alguns desses defeitos eram de meu conhecimento, mas eu os via pequeninos, quase imperceptíveis, iludia-me ao imaginar que as outras pessoas também os viam assim, que não se incomodavam com eles. Estava enganada.

Ainda penso muito sobre tudo isso, mas pude chegar a algumas conclusões:

● Hoje tenho melhor estabelecido que nem todos os defeitos poderão ser extirpados, mas a consciência, saber conviver com eles e dominá-los é de suma importância. “Conhece-te a ti mesmo”, já dizia o filósofo com toda a propriedade.

● Interiorizei também que devo ser verdadeira e sincera quanto a pessoa que sou, tanto para com os outros como para comigo mesma, isso evita que eu forme uma falsa auto-imagem melhorada em meu subconsciente, evita também que eu venda uma falsa imagem minha , provocando em outros a decepção.

● Percebi que a desilusão pode ser uma coisa boa, pois nada mais é do que a descoberta de que tudo o que se tinha como certo e estabelecido, na verdade era falso, não era real, era ilusão. E, quando se quer crescer, algo que não pode estar presente é a mentira para si mesmo, ou ilusões. Então, às vezes, a ilusão parece ser doce, mas a desilusão é libertadora.

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